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Real Digital: o que esperar da moeda virtual brasileira

O Real Digital é a próxima inovação no sistema de pagamentos brasileiro, que vem tentando acompanhar as tendências do nosso comportamento no mundo de hoje. 

A verdade é que as transações financeiras nunca estiveram tão digitais: PIX, bancos virtuais, carteiras digitais, há diversas inovações. E a digitalização do dinheiro é o próximo passo dessa evolução.

Percebendo tais mudanças, o Banco Central do Brasil (BCB) criou um projeto para desenvolver uma moeda digital em agosto de 2020. O Real em papel não deixará de existir em um primeiro momento, mas a partir de 2024 está previsto a possibilidade de convivência com o dinheiro 100% virtual.

Neste conteúdo, explicamos como funciona esta novidade e que impactos ela pode trazer para o nosso dia a dia. Continue a leitura para conhecer o futuro da moeda brasileira!

O que é Real Digital?

O Real Digital é uma nova moeda que será feita para existir apenas em meio eletrônico. Assim, as transações acontecem entre carteiras ou contas virtuais, sem que dinheiro físico – como moedas de metais e cédulas – sejam empregados na transação.

Sua principal característica é ser uma moeda digital regulamentada por um Banco Central, o Banco Central do Brasil (BCB). Com isso, será oficialmente aceita como moeda para transações no país, tendo a emissão e fiscalização pela entidade pública.

Além disso, o lastro da moeda será garantido pelo BCB. Trata-se de uma versão do Real com o mesmo peso da moeda que utilizamos hoje, ainda que sejam dinheiros diferentes entre si. Por exemplo, 100,00 reais valem 100 reais digitais, e vice-versa.

O que muda em relação ao dinheiro de hoje?

Atualmente, o Real já pode ser utilizado para transações financeiras digitais, via PIX, pagamento de boletos on-line, débito em conta, remessa internacional e transferência bancária, por exemplo. Há, no entanto, algumas diferenças para o novo dinheiro.

Em tese, cada valor deixado na conta bancária corresponderia a uma quantidade de notas impressas. Logicamente, o Banco Central do Brasil não precisa manter todas elas em circulação e, na verdade, apenas 3% do dinheiro está em cédulas de papel. O ponto é que, caso seja solicitado, deve ser possível obter as notas equivalentes à quantidade de dinheiro depositada.

O Real Digital, por sua vez, é um registro. Não haverá uma cédula de Real Digital, mas apenas o dinheiro disponível nas contas e carteiras virtuais. Como veremos mais à frente, a mudança traz vantagens em relação aos custos, alcance e controle do sistema de pagamentos brasileiro.

Imagine, por exemplo, que uma pessoa tem 200 reais na conta bancária, sendo 100 reais comuns e 100 reais digitais. O primeiro valor poderia ser sacado na boca do caixa eletrônico, sem nenhum tipo de conversão, já o segundo estaria disponível apenas para operações financeiras eletrônicas.

A tendência é que existam ferramentas para converter essas moedas entre si e receber o valor equivalente. Porém, perceba que são dinheiros diferentes!

O Real Digital é uma criptomoeda?

Também vale ressaltar que o Real Digital não é uma criptomoeda. Criptomoedas, como Bitcoin, Ether e LiteCoin, são privadas e geralmente não contam com uma entidade responsável pelo controle e fiscalização do sistema de pagamentos.

Ainda, no caso das criptomoedas, os próprios usuários em rede participam da criação e autenticação das transações, por meio do blockchain. Na autenticação, por exemplo, os computadores conectados à rede verificam se o novo bloco de informações é compatível com o que se tem no -livro razão digital-, garantindo que a operação financeira é legítima de forma descentralizada.

Existe a possibilidade dos bancos centrais utilizarem o blockchain em suas estruturas, fazendo a autenticação por vários agentes financeiros autorizados. Porém, não são os próprios usuários do dinheiro que autenticam, tampouco criam a moeda.

No Real Digital, os processos financeiros vão existir e serão regulamentados pelo Banco Central do Brasil (BCB). É uma moeda digital estabelecida por uma entidade pública, vinculada ao nosso país.

Além disso, a versão virtual de uma moeda tem lastro no dinheiro atual, seguindo exatamente as suas oscilações. Já as criptomoedas são ativos que mudam de preço em relação às moedas nacionais, conforme a oferta e demanda.

Como o Real Digital vai impactar o nosso cotidiano?

O Real Digital acompanha uma tendência que está cada vez mais presente em nossa sociedade, que são as operações por meios eletrônicos. Em um levantamento do final de 2021 , por exemplo, 71% dos brasileiros já haviam aderido ao PIX.

A expectativa, nesse sentido, é que mais pessoas deixem de utilizar as transações em moeda física. Além disso, a chegada do 5G é um bom momento para a implementação, tendo em vista a possibilidade de redes de conexão mais ágeis e estáveis, que as obtidas com os serviços do 4G.

A nova moeda também é um incentivo para que as pessoas busquem a abertura e a utilização de contas bancárias digitais. Igualmente, serviços e produtos vendidos em comércios eletrônicos e aplicativos são mais acessíveis, com opções de pagamento ágeis, que não dependem dos cartões de crédito e débito.

Junto a isso, o Real Digital cria oportunidades para inovações tecnológicas no sistema de pagamentos. O BCB, por meio do LIFT (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), recentemente, selecionou 9 projetos para serem desenvolvidos em conjunto com a nova versão da moeda.

Há projetos, por exemplo, para que títulos de propriedade de veículos e imóveis sejam transformados em tokens digitais. Existem diversos outros relacionados à facilitação de crédito no sistema financeiro e soluções para pagamento offline.

Enfim, a tendência é que os novos hábitos adquiridos por meio do PIX alcancem ainda mais pessoas com a moeda 100% digital.

Quais são as principais vantagens do Real Digital?

As justificativas para não apenas aprimorar a maneira como o real de hoje é utilizado em operações eletrônicas, mas criar uma versão virtual são vistas como possíveis benefícios. Mas, além disso, existem ao menos quatro vantagens esperadas com o Real Digital. Veja a seguir!

  1. Dispensar a conversão em operações internacionais

A expectativa é que a carteira digital seja utilizada em compras internacionais sem a necessidade de uma operação de conversão. Ainda é necessário ajustar pontos, como a tributação nessas operações e como será o uso de sistemas de pagamento fora do país, mas é uma das principais novidades anunciadas pelo BCB.

  1. Inibir atividade criminosa como a lavagem de dinheiro

As operações financeiras em meio eletrônico são rastreáveis: há contas de origem e destino com os responsáveis indicados. Com isso, transações voltadas para as atividades ilícitas se tornam mais difíceis, como a evasão de divisas e a lavagem de dinheiro.

  1. Reduzir a emissão de papel-moeda

A demanda por papel-moeda será cada vez menor com o Real Digital. Portanto, os custos que incluem toda a produção das cédulas e moedas físicas tendem a ser reduzidos.

  1. Utilizar uma opção sustentável

Além dos custos financeiros, é uma opção mais sustentável em comparação com o dinheiro físico. Minérios e madeira são as principais matérias-primas empregadas na produção, além da logística de transporte das cédulas.

O Real Digital é uma novidade muito bem-vinda e inicialmente vai complementar as opções que já existem na economia atual. Além disso, a tendência é que, à medida que o dinheiro virtual se torne parte do nosso cotidiano, a importância das operações financeiras eletrônicas seja cada vez maior em comparação com os meios tradicionais.

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