Como a Guerra no Oriente Médio Afeta a Economia Brasileira
A escalada do conflito entre Israel e Irã reacende os temores de uma guerra em larga escala no Oriente Médio — e, embora geograficamente distante, o Brasil não está imune aos seus impactos econômicos.
Pressão no preço do petróleo
O Irã controla o Estreito de Ormuz, ponto estratégico por onde passa cerca de 25% do petróleo comercializado no mundo. Qualquer ameaça de bloqueio da rota — como já cogitado pelo governo iraniano — ou a simples insegurança na região eleva o risco percebido pelos mercados, impactando diretamente o preço do petróleo.
Nos últimos dias, o barril do óleo cru já subiu mais de 12%, impulsionado por ataques israelenses a refinarias e infraestrutura energética iraniana. Para o Brasil, que ainda depende da importação de parte dos combustíveis, isso significa:
- – Aumento nos preços da gasolina e diesel;
- – Pressão inflacionária nos transportes e alimentos, dada a dependência rodoviária (65% das cargas no país são transportadas por caminhões);
- – Reforço na necessidade de manutenção da taxa de juros elevada, como resposta ao aumento da inflação.
Impacto nas exportações brasileiras
O conflito também ameaça um mercado relevante para o agronegócio brasileiro: o Oriente Médio. Exportações de carnes para países como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos podem ser afetadas pela instabilidade no Golfo Pérsico e pelo risco de interrupções logísticas via Estreito de Ormuz, rota estratégica para essas transações.
Câmbio e valorização do dólar
Com a tensão no ar, investidores globais buscam segurança em ativos como o dólar, que tende a se valorizar frente ao real. Um dólar mais caro encarece produtos importados e insumos industriais usados na produção nacional, agravando a inflação e dificultando a recuperação econômica.
Conclusão
Conflitos geopolíticos como o que ocorre entre Israel e Irã vão muito além dos campos de batalha. Seus reflexos afetam os mercados globais, pressionam preços, mexem com o câmbio e impactam diretamente o bolso do consumidor brasileiro. Em um cenário de incertezas, a atenção aos desdobramentos no Oriente Médio se torna ainda mais essencial para quem acompanha a economia e os mercados.